Irrigação impulsiona produtividade e pode dobrar área até 2040

Segundo a CNA, crescimento da área irrigada para 18,1 milhões de hectares pode gerar impacto de R$ 37,1 bilhões no PIB brasileiro

por Portal Campo Vivo
Foto: divulgação Netafim

A agricultura irrigada é um dos pilares da produção de alimentos no Brasil e ganha protagonismo ainda maior neste 15 de junho, data em que se celebra oficialmente o Dia Nacional da Agricultura Irrigada. Criada pela Lei 14.830/24, a data serve para lembrar que irrigar não é apenas uma questão de produtividade, mas de segurança alimentar, estabilidade econômica e gestão hídrica responsável.

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o país possui atualmente cerca de 8,5 milhões de hectares irrigados, com tendência de crescimento nas próximas décadas. Se houver políticas públicas consistentes e investimento em tecnologias sustentáveis, o Brasil pode chegar a 18,1 milhões de hectares irrigados até 2040, o que representaria um impacto positivo de R$ 37,1 bilhões no PIB nacional.

“A irrigação permite que o produtor colha mais, com mais qualidade e em menos tempo, mesmo diante de variações climáticas”, afirma Elidio Torezani, engenheiro agrônomo e diretor da Hydra Irrigações, empresa com sede em Linhares (ES), primeira revenda Netafim no Brasil. 

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Potencial inexplorado

Mesmo com esses avanços, os números ainda estão distantes do potencial total do país. Um estudo desenvolvido pela Esalq/USP em parceria com o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) aponta que o Brasil tem 53,4 milhões de hectares com potencial irrigável, considerando áreas agrícolas e pastagens, dentro de critérios ambientalmente sustentáveis.

Atualmente, a irrigação responde por 50,5% do uso de água no Brasil, segundo a CNA. Ainda assim, a técnica é muitas vezes subutilizada ou aplicada de forma ineficiente, o que reforça a necessidade de investimento em capacitação técnica e tecnologias como sensores de umidade e sistemas automatizados.

“Com ferramentas modernas, conseguimos irrigar de forma precisa, sem desperdício, respeitando o solo e os recursos naturais. O solo não é um reservatório infinito: se ultrapassar sua capacidade de retenção ou sua velocidade de absorção, a água se perde em profundidade ou escorre causando erosão”, explica Torezani.

Crescimento com sustentabilidade

Caso o país mantenha apenas o ritmo atual de expansão — entre 180 mil e 200 mil hectares por ano —, chegaremos a 2040 com cerca de 12,1 milhões de hectares irrigados, estima a CNA. O cenário mais ambicioso depende de incentivos estruturados, linhas de crédito acessíveis e apoio técnico.

Torezani reforça que irrigar é mais do que molhar a lavoura. “Trata-se de devolver ao solo e à atmosfera, por evapotranspiração, um recurso que não se perde, desde que bem manejado”, diz o engenheiro.

Uso estratégico da água

Na prática, a irrigação moderna permite ao produtor adaptar o volume aplicado às exigências diárias da cultura. A eficiência do sistema, especialmente quando aliado à automação, garante economia de água e aumento da produtividade.

“Temos hoje no Brasil projetos irrigados de altíssimo desempenho, com impacto direto na renda do produtor e na oferta de alimentos à população. A agricultura irrigada é um motor silencioso da segurança alimentar”, conclui Torezani.

Assessoria de Imprensa

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