Com o objetivo de incentivar a produção sustentável, o programa “Peixe na Mesa, Planta na Mata” tem integrado a produção de lambari, produção de essências nativas da mata atlântica e hortaliças ao uso parcial de energia fotovoltaica. Ao todo, 100 pessoas de quatro propriedades rurais quilombolas de São Mateus, participam do programa, que além de incrementar a renda dos participantes, tem reduzido a quantidade de jovens que saem do campo em busca de melhores oportunidades nos centros urbanos.
O programa utiliza um sistema de recirculação para a redução de impactos ambientais, como o reuso dos efluentes das pisciculturas. “Foram implantados viveiros de piscicultura, canteiros para hortaliças e viveiros para produção de mudas de essências nativas. Os vegetais são irrigados pela água residual da piscicultura e painéis solares realizam a recirculação da água nestes viveiros”, explica o biólogo do Incaper e coordenador do projeto, José Alejandro Garcia-Prado.
Os participantes foram qualificados por meio de uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado (Senar-ES) e do Incaper. A Secretaria de Agricultura de São Mateus e a Universidade Federal do Espírito Santo em São Mateus também são grandes parceiras do projeto, que é patrocinado pela Petrobras. “Com as observações em campo e capacitações percebemos que os resíduos da piscicultura são ricos em nutrientes, o que mostrou-se uma opção econômica e de baixo impacto ambiental, dispensando o uso de outro tipo de adubo, além de utilizar uma quantidade de água bastante reduzida, ao ser comparada às pisciculturas convencionais” destaca.
Em reconhecimento ao trabalho desenvolvido, no mês de agosto o "Peixe na Mesa, Planta na Mata" recebeu a certificação de Tecnologia Social pela Fundação Banco do Brasil. Os resultados do programa, assim como o “Programa Novos Caminhos” serão apresentados durante o Workshop: Tecnologias Sustentáveis, que será realizado na Expo Rural ES nesta quinta-feira (24). A iniciativa é do Grupo de Trabalho (GT) Sustentabilidade do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado (Crea-ES). “Mais de 9 milhões de pessoas passam fome no mundo atualmente e cabe a nós promovermos esses debates para incentivar a produção de alimentos”, conclui a coordenadora do GT de Sustentabilidade, Simone Coutinho.
Lohanna Mendes