
Visando melhorar a eficiência da produção de novilhas, o Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Norte (CPDI Norte) do Incaper, em Linhares, está desenvolvendo estudo sobre suplementação em pastejo intermitente. Na pesquisa são avaliados o desempenho destes animais a partir do uso de sal mineral e de dois tipos de suplementação, um proteinado e um protéico energético, em capim Paiaguás, uma espécie de braquiária.
A coordenadora do projeto, Coralline Barbosa da Silva, pesquisadora na área de bovinocultura, zootecnista e Doutora em nutrição de ruminantes, explica que, quando se trabalha em sistemas em que o pasto é utilizado como fonte forrageira, nos períodos chuvosos a produção de forragem é alta e a composição da pastagem atende grande parte da exigência do animal. Porém, quando as chuvas cessam e há mudança de temperatura, o pasto reduz seu crescimento e, consequentemente, a oferta de forragem.
“Durante a seca, a composição do pasto muda. Observamos uma queda de proteína e um aumento do teor de fibra da forragem, a chamada fibra em detergente neutro ou FDN, mais difícil de ser digerida. Essa queda, faz com que haja uma menor disponibilidade de nutrientes, então, a suplementação complementa os nutrientes que faltam, de acordo com a exigência dos animais”, destacou a coordenadora do estudo que começou em 2024.
Segundo a pesquisadora, estima-se que o Espírito Santo tenha quase 1,5 milhão de hectares de pastagem (dados do Pedeag 4), e o estudo é aplicado para testagem dos produtos para melhorar a alimentação e mostrar que a dieta em pastejo pode intensificar e potencializar a produtividade e eficiência do sistema.

“Quando falamos em eficiência, referimos a quanto o animal está comendo e transformando em carne e agilizando o ciclo de produção. Quanto mais cedo coloco esse animal para abate estou usando menos área para mantê-lo e, talvez, ganhando o mesmo peso final que é a meta para o abate”, complementou.
Apesar dos benefícios, o suplemento ainda é visto como um gasto para muitos produtores. “Não podemos enxergar desta forma. Hoje ele é básico, não mais uma opção, é uma necessidade para mantermos a produção no período seco e o suplemento pode gerar maiores ganhos. Estamos analisando agora o ganho de peso e, posteriormente, o custo-benefício e a viabilidade econômica. Acredito que até o final do ano teremos alguns resultados”, informou a Coralline.
O projeto de pesquisa é desenvolvido pelo Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Norte (CPDI Norte) do Incaper, em Linhares, e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).
Valda Ravani, Redação Campo Vivo