Pimenta-rosa capixaba conquista marca internacional de cosméticos

Agora, a Natura substitui a pimenta-rosa importada que utilizava por um ingrediente 100% capixaba, cultivado em São Mateus

por Portal Campo Vivo
Com apoio técnico do Incaper, produtora de São Mateus se tornou fornecedora da Natura. Foto: divulgação

Uma das maiores marcas de cosméticos do mundo iniciou a utilização de pimenta-rosa – fruto da aroeira – produzida no Espírito Santo em suas novas fragrâncias. O anúncio foi feito durante o 3º Festival Brasileiro da Pimenta-Rosa, realizado na semana passada, em São Mateus, pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e parceiros.

Em palestra on-line no evento, as pesquisadoras da área de bioingredientes da Natura Cosméticos, Yorgana Yajure e Caroline Stüker, revelaram que a empresa selou acordo com a produtora rural Ana Paula Martin, do município de São Mateus, para fornecimento da especiaria. A parceria é resultado de anos de articulação, com suporte técnico e institucional do Incaper.

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Desde o início das tratativas, a equipe do Instituto acompanhou o processo, por meio da extensionista Fabiana Ruas, que prestou assistência técnica à produtora e coordenou a emissão dos laudos que atestam a excelência da matéria-prima capixaba.

De acordo com Fabiana Ruas, o vínculo entre a área de pesquisa da Natura e a produção de pimenta-rosa no Espírito Santo teve início em 2022, quando Yajure participou presencialmente da primeira edição do festival. Três anos depois, a parceria foi anunciada no mesmo evento, evidenciando a força da integração entre pesquisa, extensão e agricultura.

Com o novo contrato, a Natura substitui a pimenta-rosa importada que utilizava por um ingrediente 100% capixaba, cultivado em São Mateus, maior polo nacional da especiaria, detentor de Indicação Geográfica (IG) do produto conquistada com apoio técnico do Incaper, em 2023. O insumo capixaba agora compõe fragrâncias da marca lançadas para o Dia das Mães, com direito a uma campanha que valoriza a origem do produto e a história da produtora local.

“Esse é um grande marco para a cadeia da pimenta-rosa do Espírito Santo e também para o trabalho técnico que temos desenvolvido ao longo dos anos. É uma conquista que envolve ciência, extensão rural e o protagonismo de uma produtora comprometida com a qualidade”, ressaltou Fabiana Ruas.

A produtora Ana Paula Martin destacou que o suporte técnico da extensionista foi fundamental para aprimoramento do cultivo e envio de amostras do produto para análise. Mesmo após perder uma lavoura por excesso de chuvas, ela reestruturou a produção e alcançou alta qualidade, reconhecida pela Natura. “Estou muito feliz em ver a pimenta-rosa que produzo sendo escolhida para substituir um produto antes importado. É um orgulho para o Espírito Santo. Agradeço muito ao Incaper pelo apoio nesses anos”, salientou.

Festival destaca a força da cadeia produtiva da aroeira

O Festival Brasileiro da Pimenta-Rosa celebra o potencial econômico, social e ambiental da aroeira, planta nativa da Mata Atlântica. A terceira edição foi realizada na última terça-feira (06), no auditório do campus da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em São Mateus, em parceria com o Crea-Jr ES e outros apoiadores.

O evento reuniu participantes de diversos municípios capixabas e de outros estados, como Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro, entre especialistas, agricultores, extrativistas, empreendedores e representantes de instituições públicas e privadas.

A programação incluiu palestras, mesas-redondas, oficinas, rodas de conversa, exposições e atrações culturais. O objetivo foi fomentar a troca de conhecimentos, experiências e inovações em torno da pimenta-rosa, que vem ganhando cada vez mais espaço na gastronomia, cosmética, medicina natural e nos mercados internacionais.

Nos estandes do evento, o público pôde conhecer e degustar produtos artesanais com pimenta-rosa, como queijos e derivados, óleos essenciais, mel, própolis, pães, biscoitos, geleias, molhos e tortas. Esses alimentos foram preparados em uma capacitação culinária realizada nos dias que antecederam o festival, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-ES) e o Sindicato Rural local.

Outro destaque foi a abordagem sobre o cadastramento e a entrega de carteirinhas a coletores de produtos florestais não madeireiros. A ação, que contou com apoio do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), reconhece formalmente o trabalho dos extrativistas e valoriza o manejo sustentável da aroeira no Estado.

Assessoria de Imprensa

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