Estresse pela seca aumenta a susceptibilidade de cafeeiros ao bicho mineiro e à ferrugem

Os cafeeiros podem ser resistentes, em variados níveis, ou susceptíveis. Essa característica é determinada pela constituição ou fatores genéticos das plantas

por Portal Campo Vivo
Plantas da cultivar siriema AS 1, com alta resistência ao bicho mineiro. Sob estresse, a folhagem, especialmente as folhas mais velhas, perde um pouco a resistência. Foto: divulgação

Observações em campo e avaliações em experimentos mostram que cafeeiros submetidos a estresses, no caso atual pela estiagem, apresentam, em seguida, maior susceptibilidade a pragas, como o bicho mineiro, e a doenças, como a ferrugem. 

Os cafeeiros cultivados podem ser de dois tipos, quanto à susceptibilidade a pragas e doenças. Podem ser resistentes, em variados níveis, ou susceptíveis. Essa característica é determinada pela constituição ou fatores genéticos das plantas. 

Os mecanismos de resistência podem ser físicos, com barreiras para a entrada dos patógenos, ou químicos e fisiológicos, com a produção de substâncias indutoras ou responsáveis pela resistência. 

As substâncias de resistência são normalmente proteínas ou enzimas que são produzidas pelas plantas de café. 

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No caso do ataque de bicho mineiro, já existem materiais resistentes, dentre eles, em estágio avançado de desenvolvimento, o material de siriema, originado de cruzamento entre as espécies C. arabica e C. racemosa. Nesses cafeeiros de siriema, já se verificou que as folhas muito velhas acabam sendo infestadas pelo bicho mineiro, indicando que, nessas folhas, as substâncias de resistência ficam reduzidas. 

Recentemente, depois do período de estresse hídrico, verificou-se que a infestação do bicho mineiro aumentou nas plantas resistentes, sinalizando que, sob estresse, as plantas igualmente reduziram a produção das substâncias de resistência.

No caso da ferrugem, também existem materiais resistentes e susceptíveis. As observações em campo mostram que as plantas resistentes assim se mantém, porém, as susceptíveis, como a catuaí e mundo novo, aparecem com forte ataque depois do período de estresse hídrico, devido, provavelmente, à redução das substâncias responsáveis por suportar o ataque do fungo da ferrugem. Essa maior susceptibilidade ocorre, de forma semelhante, em plantas com maior carga de frutos, para onde reservas são carreadas, deixando as folhas mais susceptíveis. 

Resta destacar que foi verificado, em campo, que passada a condição de estresse, as plantas resistentes voltam à sua normalidade, ou seja, se mantêm resistentes. 

CaféPoint

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