
No dia 20 de março é celebrado o Dia Mundial da Agricultura, atividade responsável pela produção de alimentos e por fornecer matérias-primas para diversos setores da economia. Neste contexto, a agricultura regenerativa desempenha um papel importante, pois caminha na busca por equilíbrio sustentável entre produção e preservação dos ecossistemas, contribuindo com o aumento da produtividade das lavouras, por meio de práticas agrícolas que visam restaurar e manter a saúde do solo, e promover a sustentabilidade.
A agricultura regenerativa é uma abordagem agrícola que vai além da sustentabilidade. O termo foi cunhado pelo americano Robert Rodale para descrever um tipo de agricultura que não apenas mantém os recursos, mas os desenvolve. A prioridade dessa prática é a saúde do solo, que está diretamente ligada à saúde do sistema alimentar, ao bem-estar humano e ao futuro do planeta.
O gerente comercial da Litho Plant, Wesley Nunes, empresa linharense que fabrica biofertilizantes, explica que a agricultura convencional está focada em maximizar rendimentos por área, uso intensivo de insumos químicos, fertilizantes sintéticos, pesticidas e herbicidas, predominando a monocultura, aragem intensiva, gerando compactação do solo e diminuição da biodiversidade de microorganismos.
“Na agricultura regenerativa são adotadas práticas sustentáveis e manejos que utilizam bases naturais capazes de preservar, restaurar e diversificar a biota do solo, por meio da maior eficiência de decomposição da matéria orgânica, melhorando a estrutura do solo e promovendo interações simbióticas ajudando as plantas a absorver nutrientes. Além disso, auxilia no controle de pragas e doenças, a partir do equilíbrio de populações de organismos no ecossistema do solo”, frisou Nunes.
Benefícios e desafios

São muitos os benefícios como o aumento da resiliência climática, acesso a mercados premium, sequestro e créditos de Carbono, valorização da terra e redução de riscos financeiros. A utilização de biofertilizantes, controles biológicos e plantas de cobertura são ferramentas do manejo para elevar produtividade, com maior qualidade e segurança.
E são muitos, também, os desafios enfrentados pelos produtores para prática da agricultura generativa nas propriedades, como a falta de conhecimento, pois muitos produtores ainda não têm acesso a informações claras ou treinamento sobre agricultura regenerativa e seus benefícios. Outro ponto é o tempo de adaptação, já que os resultados das práticas regenerativas, como melhoria na saúde do solo, podem levar tempo para se manifestar, o que pode desmotivar os produtores.
A falta de políticas públicas em algumas regiões, incentivos financeiros ou suporte técnico para apoiar a transição, bem como empresas privadas focadas nessa modalidade de trabalho e tecnologias é outra dificuldade encontrada pelo gerente comercial. Reduzir o uso de fertilizantes e pesticidas químicos pode ser um desafio para quem depende fortemente deles para controlar pragas ou aumentar a produtividade.
“Além disso, a prática da agricultura regenerativa pode ajudar a mitigar as mudanças climáticas como: sequestro de carbono no solo, redução de emissões de gases de efeito estufa, redução de emissões de gases de efeito estufa, melhor retenção de água no solo, aumento da biodiversidade e prevenção do desmatamento”, detalha Nunes.
Para iniciar a implementação de técnicas regenerativas em suas propriedades, o gerente comercial pontua que primeiro os agricultores precisam buscar conhecimentos sobre os princípios da agricultura regenerativa, por meio de cursos, consultorias, leitura de materiais especializados e até mesmo via empresas privadas.
“Ao longo dos 20 anos de existência, a Litho Plant é pautada na agricultura regenerativa como pilar principal para o desenvolvimento de suas tecnologias e produtos. A empresa detém no Brasil o maior número de registros de biofertilizantes, com vasto histórico de pesquisa nas mais renomadas instituições brasileiras e está apta a nortear os agricultores interessados na técnica”, frisou.
Vantagens econômicas
Aumento da resiliência climática: solos saudáveis, com maior retenção de água e nutrientes tornam as plantações mais resistentes a secas e chuvas intensas, reduzindo perdas causadas por eventos climáticos extremos.
Acesso a mercados premium: produtos cultivados de forma regenerativa muitas vezes recebem certificações especiais e são vendidos como produtos sustentáveis, podendo alcançar preços mais altos no mercado, especialmente em nichos como o de alimentos orgânicos.
Sequestro e créditos de Carbono: ao adotar práticas que sequestram carbono no solo, os agricultores podem participar de programas de créditos de carbono, gerando uma fonte adicional de renda.
Valorização da terra: a melhoria da saúde do solo e do ecossistema aumenta a fertilidade e produtividade a longo prazo, valorizando a propriedade agrícola.
Fortalecimento da economia local: a agricultura regenerativa promove cadeias produtivas mais locais e sustentáveis, criando oportunidades econômicas para comunidades rurais.
Redução de riscos financeiros: fazendas regenerativas são menos dependentes de insumos externos e, portanto, menos vulneráveis à flutuação de preços no mercado global, o que proporciona maior estabilidade financeira.
Mitigar as mudanças climáticas
Sequestro de carbono no solo: práticas regenerativas, como o plantio direto, o uso de coberturas vegetais e o aumento da matéria orgânica no solo, ajudam a capturar e armazenar carbono da atmosfera. Isso transforma o solo em um “sumidouro de carbono,” reduzindo os níveis de CO₂ no ar.
Redução de emissões de gases de efeito estufa: diminuição do uso de fertilizantes químicos e pesticidas reduz as emissões de óxido nitroso (um potente gás de efeito estufa). Além disso, práticas regenerativas diminuem a dependência de maquinário pesado, reduzindo as emissões relacionadas a combustíveis fósseis.
Ao melhorar a produtividade e a saúde do solo, a agricultura regenerativa reduz a necessidade de expandir áreas agrícolas, ajudando a proteger florestas, que são fundamentais no combate às mudanças climáticas.
Aumento da biodiversidade: a diversidade de cultivos e a preservação dos ecossistemas agrícolas promovem a resiliência do sistema ao clima extremo, além de aumentar a captura de carbono e a saúde geral do ambiente.
Melhor retenção de água no solo: solos saudáveis retêm mais água, reduzindo a necessidade de irrigação e protegendo contra secas. Isso também evita erosão e inundações, eventos agravados pelas mudanças climáticas.
Redação Campo Vivo